Crack: AMP/RS prepara projeto para enfrentar epidemia social
A Associação do Ministério Público irá apresentar nos próximos meses uma campanha que tem como objetivo enfrentar o crescimento do consumo de crack no Rio Grande do Sul e as suas repercussões sociais. Uma das etapas deste projeto consiste em conhecer e apoiar o trabalho que vem sendo realizado nas promotorias do interior do Estado, visando atuar de forma integrada na prevenção, tratamento e repressão do uso desta droga. Com este objetivo, iniciamos hoje a publicação de uma série de matérias para mostrar as diversas maneiras utilizadas pelos promotores na busca de soluções para este problema já considerado uma epidemia social.
RIO GRANDE CONTRA O CRACK
Uma reunião realizada no final da tarde de ontem (25), na sede da Universidade Interativa Anhanguera, em Rio Grande, no sul do Estado, começou a moldar uma nova estratégia para combater os efeitos do consumo do crack na sociedade. O encontro, do qual participaram representantes da prefeitura, do Ministério Público, da instituição de Ensino Superior e outras entidades da comunidade local, deverá marcar a adesão de estudantes e professores dos cursos de Psicologia, Administração e Direito da universidade à batalha contra a droga.
O objetivo, segundo o promotor Rodrigo Schoeller de Moraes, é promover a ação integrada de agentes com conhecimentos em diferentes áreas para elaborar e executar planos de prevenção capazes de barrar o ingresso do crack na vida das pessoas ou ainda atuar diretamente com os dependentes químicos.
"Estabelecemos junto à prefeitura que a prioridade do município na área social seria o crack, pelos enormes danos que tem causado. A droga está presente em todos os segmentos sociais, compromete a educação, a cidadania e a economia. Estancar essa chaga é uma necessidade de todos", afirma o promotor.
Com a nova parceria, a meta é suprir a falta de recursos humanos, fundamentais para manter em funcionamento a engrenagem que vem sendo construída desde o início da década na cidade, abrangendo desde as questões ligadas à família e agora mais especificamente o drama do crack. Assim, as medidas planejadas para fazer frente à droga poderiam ser mais eficientes, recuperando os dependentes e protegendo os indivíduos potencialmente expostos à droga pela exclusão social, por exemplo.
O trabalho conjunto entre o Ministério Público, o Poder Executivo, a iniciativa privada e a comunidade rio-grandina no combate ao crack é uma das ações que vêm sendo desencadeadas pelo Estado na luta contra a droga. Outras campanhas ocorrem em municípios como São Sebastião do Caí, Montenegro e Santa Cruz do Sul, congregando diferentes segmentos em torno do mesmo objetivo.
AS AÇÕES
Algumas iniciativas adotadas no combate ao crack em Rio Grande:
- Discussão do problema para fazer o diagnóstico e o dimensionamento da situação
- Conscientização e mobilização dos agentes públicos, da iniciativa privada e da comunidade para trabalhar de forma organizada e sistêmica, sempre buscando equacionar os danos causados pelo crack
- Arregimentação de recursos humanos qualificados e comprometidos com a luta pela prevenção contra o vício, o tratamento e a repressão ao tráfico da droga
- Formação de um banco de dados como forma de organização e gestão da rede, elencando necessidades e possibilidades, além de subsidiar a elaboração de indicadores capazes de orientar novas ações

