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Futuro interrompido - ZH de 22/05/2004

IVORY COELHO NETO<br> Procurador de Justiça e presidente da Associação do Ministério Público do RS<br> Desde o início da década passada, equivocada ideologia começou a ser amplamente difundida no país. Parcela da mídia ajudou a repercuti-la, alardeando-a como verdade única.
25/05/2004 Atualizada em 21/07/2023 10:57:31
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IVORY COELHO NETO
Procurador de Justiça e presidente da Associação do Ministério Público do RS
Desde o início da década passada, equivocada ideologia começou a ser amplamente difundida no país. Parcela da mídia ajudou a repercuti-la, alardeando-a como verdade única. De forma maniqueísta, a atividade pública passou a ser considerada um entrave para o desenvolvimento do país. O Estado mínimo passou a ser decantado como o ideal a ser perseguido. Livre dos controles estatais, o mercado resolveria todos os problemas nacionais. O funcionário público, genericamente considerado, foi apontado como o responsável pelos males da nação. O velho laissez-faire fora reinventado, agora em acepção mais restrita à economia, a fim de criar o caldo de cultura necessário para que reformas constitucionais fossem feitas com prioridade, a maioria retirando direitos sociais de trabalhadores da área pública. O neoliberalismo virou estandarte da modernidade.
Como resultado inevitável da maciça difusão dessa doutrina, atualmente os servidores públicos são vistos por uma parcela da sociedade como privilegiados que pouco trabalham e muito ganham. Viveriam satisfeitos e seguros, tanto sob o ponto de vista financeiro quanto pessoal. No entanto, a realidade que nos cerca é bem diferente, como a trágica morte do promotor Marcelo Küfner demonstra. A função pública é árdua, cheia de desafios e dificuldades, enquanto o Estado, é óbvio, não pode ser máximo nem mínimo. Necessária a intervenção estatal, esta tem que ser forte, célere e eficiente.
Marcelo recém havia assumido a Promotoria Criminal de Santa Rosa, onde trabalhava até que o sono o derrubasse, para dar conta do volume de processos que lhe incumbia analisar. Seu sonho era especializar-se no combate ao crime organizado. Escolheu fazer carreira no Ministério Público pela oportunidade de trabalhar como agente de transformação social. Após penoso e longo concurso público, deixou família, amigos e afetos na Capital, fixando residência em cidade do Interior na qual não tinha qualquer referência. Estava realizado, feliz da vida. Queria, como tantos promotores, servir ao povo, já cheio de senhores. Morreu assassinado no início da madrugada, em pleno exercício de suas funções e em razão delas. Vítima da própria exação, deixa um exemplo edificante. Todos nós, colegas de Ministério Público - parceiros da mesma realidade, estamos ao mesmo tempo entristecidos e orgulhosos.
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